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A Participação do Homem na Sua Salvação

Não se pode afirmar que a Salvação, o Perdão dos pecados e a Santificação, realizados pela obra Salvífica de Cristo, não sejam aplicados ao homem senão exteriormente, mecânica ou magicamente. Não. Segundo a Doutrina Ortodoxa, é preciso que o próprio homem nela colabore que se aproprie ativamente do que Cristo cumpriu objetivamente, que ele penetre por si mesmo na nova vida que surgiu neste mundo com Cristo. É necessário seguir a prescrição de São Paulo: "Assim também operai a vossa salvação com temor e tremor" (Fl.2, 12).  Em que é que consiste essa ativa participação do Homem na sua Salvação?   A resposta da Igreja Ortodoxa não é outra senão a expressão do seu pensamento ascético da vida. "E desde os dias de João o Precursor (Batista) até agora, faz-se violência ao Reino dos Céus, e pela força se apoderam dele" (Mt 11, 12), disse Cristo. Por outras palavras: a participação ativa do homem na sua Salvação consiste em travar duros combates com as Paixões, com a nature...

Metafísica - DUNS SCOTUS: DISTINÇÃO FORMAL E DISTINÇÃO MODAL

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João Duns Escoto (1266-1308), conhecido como o “Doutor Sutil”, desenvolveu conceitos inovadores no campo da metafísica e teologia. Entre esses conceitos, destacam-se a distinção formal e a distinção modal, que visam esclarecer as relações entre os aspectos constitutivos de um ente e resolver problemas filosóficos sobre a individuação e a relação entre essência e existência. 1. Distinção Formal A distinção formal (distinctio formalis ex natura rei) é uma distinção que ocorre antes do ato mental, mas não implica em separação real. Ela reside na própria realidade das coisas, independentemente de como a mente as concebe. Características: • Intrínseca à natureza do ente: É uma distinção que se fundamenta na própria essência do objeto. • Aplicação: Utilizada para explicar como diferentes aspectos de uma realidade única podem ser distintos sem serem realmente separados. Por exemplo, em Deus, a essência divina e as Pessoas da Trindade são formalmente distintas. Em um ente criado, como ...

SEITAS E HERESIAS - As primeiras seitas derivadas do cristianismo

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  5 das primeiras seitas cristãs mais estranhas que já existiram N os dois primeiros séculos da era cristã, o Novo Testamento ainda não havia sido finalizado e a declaração definitiva de crença ortodoxa, o  Credo Niceno , ainda estava longe de acontecer. O mundo romano foi o lar de muitas seitas rotuladas como "cristãs", mas que tinham doutrinas muito diferentes. Se você acha que algumas [seitas] cristãs modernas são confusas, elas vão parecer extremamente simples perto dessas que você verá a seguir.   5 – Os Simonianos Os Simonianos tinham esse nome, pois eram seguidores de Simão, o Mago, um personagem bíblico que foi repreendido pelo apóstolo Pedro (At. 8, 9-24) em Samaria. O texto bíblico narra o episódio em que Simão tenta comprar dos apóstolos o poder de operar milagres. Tal ato, considerado pecaminoso pela teologia cristã, foi denominado de simonia (ato de Simão), termo que define especificamente o comércio ou tráfico de coisas sagradas e espirituais, tais como sacr...

O QUE É A COMUNHÃO DOS SANTOS - 7

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  A Igreja toma consciência de si mesma Constatamos, pois, que o aprofundamento da sua vida tal como é vivida comunitariamente pelos membros da Igreja ortodoxa implica um movimento de concentração em redor da Eucaristia. Por causa desta realidade, do significado deste sinal, a Igreja é una no espaço - reconhecimento mútuo pelas comunidades locais da sua realidade de Igreja - una na diversidade dos seus membros - unidade dinâmica de que os concílios são a expressão "institucional" - una e idêntica a si própria através dos séculos - "a sucessão apostólica" dos bispos e dos padres, sinais vivos da continuidade do movimento de humanização lançado por Deus em Cristo e aprofundado em cada um pelo Espírito Santo; numa palavra, é por causa da realidade encarnada de Deus que se oferece todos os dias de novo ao homem através dos sinais do Batismo, das Escrituras e da Ceia, que ela é "santa," não em si mesma, mas enquanto comunidade daqueles que reconhecem que a ...

Metafísica - introdução

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  Metafísica   (do   grego antigo   μετα ( metà)   = depois de, além de tudo; e Φυσις [ physis ] =   natureza   ou   física ) é uma das   disciplinas   fundamentais da   filosofia   que examina a natureza   fundamental   da realidade, incluindo a relação [1]   entre   mente   e   matéria , entre   substância   e   atributo   e entre   necessidade e possibilidade . [2]   Os sistemas metafísicos, na sua forma clássica, tratam de problemas centrais da filosofia teórica: são tentativas de descrever os fundamentos, as condições, as leis, a estrutura básica, as   causas   ou   princípios , bem como o sentido e a finalidade da realidade como um todo ou dos seres em geral. Um ramo central da metafísica é a   ontologia , a investigação sobre as categorias básicas do   ser   e como elas se relacionam umas com as outras. Outro ramo central da metafís...

As quatro liberdades dos Irmãos

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O movimento dos Irmãos começou espontâneamente, como um movimento do Espírito Santo operando nos corações e mente dos homens. Ocorreram fraquezas, e ainda ocorrem hoje. Elas sempre ocorrerão enquanto os homens não seguirem pensar através das implicações totais de suas crenças, ou compreenderem o que é que estão realizando. Contudo, e apesar das fraquezas, Deus tem-Se dignado abençoar este movimento de uma forma notável, para a salvação de milhares de preciosas almas, e para o avanço de Seu reino universal. Os Irmãos primitivos não publicaram qualquer credo, ou declaração de fé, mas tal como tem side diversas vezes dite neste esboço, eles dependiam unicamente da direcção de Espírito Santo, através da Palavra de Deus. Há, contudo, quatro princípios básicos e duradoiros que es têm caracterizado desde o princípio, e aqui, cito F. R. Coad. Ele apelida-os de " quatro liberdades dos Irmãos ": A liberdade da Palavra de Deus no meu pensamento; A liberdade do Senhor Jesus Cristo no meu...

O QUE É A COMUNHÃO DOS SANTOS - parte 6

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  A Igreja e a Vida Espiritual - parte 2   A Igreja Para o pensamento ortodoxo, o ato que funda a Igreja é aquele que foi instituído por Cristo e que simboliza, por si só, estas duas dimensões numa única - penetração em Deus pela oração e comunhão com os outros, - que constituem a razão de ser da Igreja: a Eucaristia. Evdokimov nota a este respeito: "Ela é a expressão mais adequada da Igreja. É na sua própria essência que a Igreja é comunhão eucarística, comunhão continuada, perpetuada"  (Paul Evdokimov:  La prière de l'Église d'Orient . Mlulhouse, 1966, p. 65) .  Ela é o sinal - partilha do pão e do vinho - da participação real no Inefável, logo a realização pelo crente da sua identidade mais profunda, sinal que é, por esta razão, ao mesmo tempo comunhão com o próximo, resumindo e realizando a profundidade máxima de qualquer encontro humano: é o sinal vivido que "faz" com que uma comunidade concreta seja verdadeiramente "Igreja."  No decorrer da l...