Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2025

SCOTUS RESPONDE À OBJEÇÃO DE HENRIQUE DE GAND

Imagem
DUNS SCOTUS RESPONDE À OBJEÇÃO DE HENRIQUE DE GAND: A 'UNIVOCATIO ENTIS' É FILOSOFICAMENTE NECESSÁRIA E TEOLOGICAMENTE DEFENSÁVEL  Yuri Fagundes Duns Scotus responde à objeção de Henrique de Gand defendendo a univocidade do ser como uma posição filosoficamente necessária e teologicamente defensável, sem comprometer a diferença essencial entre Criador e criatura.  A seguir, explico os principais pontos de sua resposta: 1. Univocidade como base para o conhecimento e a linguagem sobre Deus Scotus argumenta que, para que possamos conhecer e falar racionalmente sobre Deus, deve haver um conceito comum de “ser” aplicável tanto a Deus quanto às criaturas.  Caso contrário, não seria possível fazer qualquer afirmação verdadeira sobre Deus, uma vez que a linguagem usada para descrever as criaturas não teria relação significativa com a realidade divina. A univocidade do ser, segundo ele, é necessária para assegurar uma base comum mínima entre Criador e criatura.  Isso não impli...

A DIFERENÇA PRIMAZ ENTRE CRIADOR E CRIATURA

Imagem
  A OBJEÇÃO DE HENRIQUE DE GAND DE QUE A 'UNIVOCATIO ENTIS' DESTRÓI A DIFERENÇA PRIMAZ ENTRE CRIADOR E CRIATURA Yuri Fagundes Henrique de Gand, teólogo e filósofo escolástico medieval, criticou a ideia da “univocatio entis” — a noção de que o conceito de ser (ens) é aplicado de maneira unívoca tanto a Deus quanto às criaturas.  Essa ideia foi mais tarde associada à filosofia de Duns Scotus.  Segundo Henrique de Gand, tal abordagem compromete a distinção essencial entre o Criador (Deus) e a criatura (o mundo criado), que ele via como fundamental para a teologia cristã. A objeção de Henrique de Gand 1. Destruição da transcendência divina Henrique argumentava que a univocidade do ser tratava Deus e as criaturas como estando no mesmo plano ontológico.  Ao aplicar o conceito de “ser” igualmente a ambos, corre-se o risco de obscurecer a infinita diferença qualitativa entre Deus, que é o ser necessário e infinito, e as criaturas, que são seres contingentes e finitos. ...

SCOTUS: O CARÁTER TRANSGENÉRICO DE "ENTE"

Imagem
— Ludger Honnefelder Com esse resultado Scotus ainda não vê de forma alguma eliminada a objeção de que a predicabilidade unívoca de "ente" traz para si a aporia que já Aristóteles associou à tese do "ente" como um universal (de gênero).  Afinal, em Ord. I, d. 3, p. 1, q. 3, no âmbito da simplicidade de Deus, ele trata propriamente do problema lançado por Aristóteles e aborda, em Ord. I, d. 8, p. 1, q. 3, a objeção orientada na argumentação de Henrique de Gand de que a 'univocatio entis' destrói a diferença primaz entre criador e criatura. De Aristóteles Scotus adota tanto o argumento de que um gênero não pode ser dito de suas diferenças, e por isso mesmo "ente" não pode ser gênero, uma vez que, de outro modo, as diferenças específicas são "não-ente" (cf. Ord. I, d. 3, p. 1, q. 3, n. 152; ed. Vat. III 94), como a conclusão ligada a isso de que "ente" não é predicado univocamente, sua utilização (tal como no exemplo "saudável...