Ortodoxia, Ortopraxia e Ortopatia
REFLETINDO: ortodoxia... ortopraxia... ortopatia... precisam caminhar juntas - um tripé
http://paulodiasnogueira.blogspot.com/2014/04/refletindo-ortodoxia-ortopraxia.html
Por Paulo Dias Nogueira
Enquanto preparava uma aula sobre "espiritualidade wesleyana", retomei a leitura de um texto conhecido. Trata-se do capítulo cinco do livro A Nova Criação - A teologia de João Wesley HOJE, de Theodore Runyon, intitulado: Ortopatia e experiência religiosa.
Ortopatia não é um termo comum. Na realidade Runyon o cunhou durante um discurso na Semana de Pastores, na Universidade de Emory em 1984. Depois disso, ele desenvolveu melhor sua abordagem deste novo termo.
Citando outro autor (Thorsen, Donald A. D.) ele lembra que Wesley "foi o primeiro a incorporar explicitamente em sua visão teológica a dimensão experimental da fé cristã".
Chamei-o de "ortopatia", do grego ortho (correto) e pathos (sentimentos, paixões e , num sentido mais amplo, experiência), a nova sensibilidade à realidade espiritual e a participação nela, que marcam a fé autentica. Mas será que este termo - ortopatia - não reverte simplesmente ao subjetivismo do século XIX, buscando a experiência correta definida como o sentimento correto? Não, porque não é qualquer experiência que serve. O equívoco do metodismo popular do século XIX não foi o fato de levar a experiência a sério, mas de perder de vista tanto a fonte quanto o objetivo da experiência religiosa, concentrando-se na consciência subjetiva e tendendo a igualar a decisão e os sentimentos humanos à salvação.
No entanto, justamente porque a maioria das pessoas vive a maior parte do tempo a partir dos próprios sentimentos e experiências, é absolutamente importante deixar o mais claro possível como a redenção funciona nesse nível. E isso exige o auxílio tanto da ortodoxia (doutrina correta) quanto da ortopraxia (prática correta). Pois a ortopatia, do modo como é retratada aqui, é um aspecto da fé cristã correta e autêntica, um aspecto que foi negligenciado no passado. Em conseqüência disso, surgiu todo o tipo de aberração, dentro e fora das igrejas, todos afirmando capacitar as pessoas a experimentar a Deus e a "nascer de novo". As pessoas certamente precisam experimentar Deus e nascer de novo; mas muitos que clamam "Senhor, Senhor" não são necessariamente discípulos e não herdarão o reino se sua experiência religiosa não se tornar mais ortopática.
Quem desejar aprofundar-se na compreensão deste termo e seu aspecto teológico pode ler o capítulo todo em: RUNYON, Theodore. A Nova Criação: A teologia de João Wesley hoje. São Bernardo do Campo: Editeo, 2002.
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