O QUE SINGINIFICA A PATA FENDIDA - PARTE 2
O que significa a pata fendida, o ruminar?
As mesmas instruções aparecem em Deutoronômio, compare os dois textos:
Dt 14:3 Nenhuma coisa abominável comereis.
Dt 14:4 Estes [são] os animais que comereis: o boi, a ovelha, e a cabra.
Dt 14:5 O veado e a corça, e o búfalo, e a cabra montês, e o texugo, e a camurça, e o gamo.
Dt 14:6 Todo o animal que divide o casco em dois, com a fenda dividindo em duas unhas, e que faz subir [e descer] o bolo alimentar, entre os animais, aquilo comereis.
Aqui vemos novamente as três características dos animais comestíveis, dos quais todos podem se alimentar: (1) o casco fendido em dois, (2) com a fenda dividindo em duas unhas, e (3) que faz subir e descer o bolo alimentar, ou seja, rumina.
Estas são marcas naturais, com as quais Deus assinalou os animais que podiam servir de alimento, as marcas são sinais. Deus está ensinando através de algo material, visível, simples, algo de sua lei, do processo de regeneração da alma humana e de seu modo de falar conosco, de sua linguagem.
Cada animal que aparece nesses dois textos têm suas características. Essas características são também caracteres animalescos que temos em nós mesmos, observe, elas se referem à natureza corrompida do pecado. Com a queda do homem toda a natureza foi corrompida e ela está nos mostrando isso, salta aos nossos olhos, Deus nos fala através dessa natureza como está dito nas escrituras. E aqui Deus mesmo através desses estatutos apresentados a Moisés está fazendo a separação do que é lícito e do que não é, do que se deve alimentar e do que não deve, que animal desses que vive em nossa natureza íntima deve nos alimentar e qual não deve...
Dt 14:7 Porém estes não comereis, dos que [somente] fazem subir [e descer] o bolo alimentar, ou que divide o casco em duas [unhas]: o camelo, e a [arnebeth], e o [shaphan], porque fazem subir [e descer] o bolo alimentar, mas não têm a unha fendida; imundos vos [serão].
Dt 14:8 Nem o porco, porque tem unha fendida, mas não faz subir [e descer] o bolo alimentar; imundo vos [será]; não comereis da carne destes, e não tocareis nos seus cadáveres.
Cada animal desses tem suas características, mas podemos falar de algumas características mais evidentes e principais que apesar de hoje vivermos afastados da natureza, como que para nos cegar mais ainda, podemos observar e recordar.
Há animais que vivem quase que exclusivamente para o estômago, que na natureza estão todo tempo procurando comida ou comendo, são os voltados para o ventre, para a satisfação imediata, vivem em busca de seus apetites e para sua satisfação...
Há animais que vivem na sujeira, que naturalmente fedem, outros se entregam à preguiça e ao sono pela maior parte do dia, outros como o camelo, acumulam algo em demasia, e se tornam lentos e pesados...
Dt 14:9 Isto comereis de tudo o que [há] nas águas; tudo o que tem barbatanas e escamas comereis.
Dt 14:10 Mas tudo o que não tiver [tanto] barbatanas [como] escamas não [o] comereis; imundo vos [será].
Existem animais que vivem nas águas, mas nem por isso são limpos. Aqui vou não apenas deixar que o leitor interprete como fiz acima, mas chamar a atenção para uma interpretação que para mim mostra algo terrível: aquelas pessoas que vivem nas igrejas, que supostamente estão bebendo constantemente e se banhando nos rios que fluem da água da vida que há em Jesus Cristo, mas não tem barbatanas, são como serpentes, ou não tem escamas como os peixes, ou nem escamas ou barbatanas, mas vivem sendo arrastados aqui e ali por qualquer corrente. Enfim existem pessoas que apesar de estar em convívio na comunidade dos santos são ainda imundos como é descrito em Coríntios, em Hebreus e outros livros; e outras que são levadas por ventos de doutrina, doutrina de homens ou mesmo de demônios.
Dt 14:11 Toda a ave limpa comereis.
Dt 14:12 Porém estas [são] as que não comereis: a águia, e o quebrantosso, e o xofrango,
Dt 14:13 E o abutre, e o falcão, e o milhafre, segundo a sua espécie.
Dt 14:14 E todo o corvo, segundo a sua espécie.
Dt 14:15 E o avestruz, e o mocho, e a gaivota, e o gavião, segundo a sua espécie.
Dt 14:16 E o bufo, e a coruja, e a gralha,
Dt 14:17 E o cisne, e o pelicano, e o corvo marinho,
Dt 14:18 E a cegonha, e a garça, segundo a sua espécie, e a poupa, e o morcego.
Existem animais que vão alto, que voam, que aparentemente estão mais perto do céu, mas são aves de rapina, se alimentam de ratos, cobras, lagartos, outras se alimentam de carniça e outras coisas em decomposição; existem animais que roubam o que outro cultivou ou gerou ou pescou, ou que vivem em constante luta, em constante disputa, arrancando o bocado dos bicos uns dos outros, lutando pelos melhores lugares dos outros nas árvores, pisando e expulsando os mais fracos numa gritaria todas as manhãs e tardes (um etólogo ou biólogo deve saber disso); existem animais que sujam tudo por onde passam ou o lugar que passam a noite e tornam os ambientes insuportáveis para outros, há os que vivem em fétidas cavernas que apesar de voarem e ouvirem muito bem, são praticamente cegos. Assim também existem pessoas com essas características. E assim também cada um de nós, em nosso ego, tem todas essas características em maior ou menor grau.
Dt 14:19 Também todo ser- rastejante provido- de- asas vos [será] imundo; não se comerá.
Dt 14:20 Toda a ave limpa comereis.
E para finalizar falemos desses, pequenos, rastejantes, "humildes", "modestos", de pouca capacidade que parecem que não receberam nenhum dom, nem aptidão, nem ministério, nem capacidade dada por Deus, mas juntos devoram lavouras, ou trazem imundice ou doenças, os insetos, parasitas, que apenas sugam...
Existem muito mais características que poderíamos discutir, Essas características estão nas populações do mundo, estão nas comunidades e denominações religiosas, estão nas comunidades e grupos cristãos, e estão dentro de cada um de nós, em uns mais umas em outros mais outras, mas todos iguais em miséria: a herança do primeiro Adão.
A diferença é se seguimos a orientação de Deus ou não. A diferença é de quais desses animais nos alimentamos. É dos que Deus permitiu ou dos que proibiu? Quais animais desses estão lhe servindo de alimento?
É uma reflexão pessoal, íntima, que cada um de nós deve fazer. Que tenho que está vigilante todo instante "de que animal estou me alimentando agora?". Todos esses animais proibidos se referem a nosso ego. É uma orientação detalhada do "negue-se a si mesmo", do que é o ego que deve ser negado, do que é imundo e do que é santo.
Se terminasse aqui, se fossemos depender disso estaríamos condenados como aqueles hebreus que pereceram no deserto, pois por nossa força, o cristão experiente já deve estar a par disso, não é possível, não é possível evitar completamente esses animais em nossa alimentação diária. Por isso os hebreus pecaram e pereceram, pois desobedeceram e murmuraram contra Deus, porque a lei é para nos mostrar como somos incapazes, como somos pecadores e dependentes do perdão de Deus, é para nos levar ao arrependimento, não para nos vangloriarmos como os fariseus. Assim apenas dois da primeira geração entraram na terra prometida.
Porque não é possível ao porco se tornar cordeiro, não é possível ao camelo se tornar boi, não é possível ao ouriço nem à água-viva se tornar peixe com escamas e barbatanas, não é possível a nós transformar nossa natureza pecaminosa. Não é possível por nossa força ou esforço deixarmos de ser o que já nascemos sendo, pecadores. Se ficasse apenas nisso não haveria esperança para nós.
Mas pela graça de Deus nos foi dado um que pode nos transformar. Jesus, o cordeiro santo, puro, já morreu por nossos pecados, pelos que fizemos e pelos que ainda poderemos infelizmente cair, já pagou a nossa dívida, já nos enviou o ajudador, o Espírito já nos foi dado! (estou falando como para cristãos, mas se você não se arrependeu ainda de seus pecados e aceitou o sacrifício do Senhor para o seu perdão, e seu Espirito para sua transformação pessoal, essa é a hora de reconhecer que esses animais habitam sua natureza interior e eles não são aceitáveis a Deus, então orar a Deus para que o aceite como filho, que perdoe seus pecados, e então aceitar ao Senhor Jesus Cristo como seu salvador para que tenha a vida eterna e seu Senhor, para que possa conduzi-lo à santificação, a uma vida agradável a Deus e livre da condenação do pecado). Só o Senhor pode transformar um lobo em cordeiro, um porco em carneiro...
Então o que são a pata fendida e o ruminar? Vejamos. Pois é nisso que está a nossa salvação.
Temos que lembrar que esses estatutos apesar de bem atuais foram dados num contexto do antigo testamento, em que apesar da salvação ser pela mesma via da fé (como foi para Abraão, e da mesma após a lei dada através de Moisés), não havia ainda nosso Senhor se sacrificado para o perdão de nossos pecados, não existia como agora uma entrega pessoal e individual de cada um à obra do Espírito Santo porque o Messias, Yeshua, Deus Salvador, ainda não havia vindo. Hoje o véu do santuário se partiu e o Espírito está disponível a todo aquele que crê e aceitou que Jesus é o filho de Deus, o Messias prometido, que foi morto para o perdão de nossos pecados e ressuscitado para a nossa salvação e ressurreição.
E rasgou-se ao meio o véu do templo.
Lucas 23:45
E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras;
Mateus 27:51
E o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo.
Marcos 15:38
O véu do Santo dos Santos foi fendido de cima abaixo quando Jesus morreu na cruz. O que nos afastava da presença de Deus era representado por um véu no santuário e esse véu foi rasgado no instante em que Jesus morreu na cruz e derramou sangue e água de seu corpo, compartilhou conosco a sua herança do Pai, seu sangue, derramou sobre nós o seu Espírito, compartilhou conosco a herança de seu sangue, a herança que só cabia ao filho de Deus. Nós fomos feitos filhos, como ramos enxertados e agora a seiva do senhor flui através de nós, e nós aceitamos a herança, que nos foi deixada a partir da morte de Jesus, nos tornando irmãos do Filho de Deus, nos tornando filhos de Deus. Mas também em sua morte fluiu água do seu peito, derramou sobre nós sua mente e agora "temos a mente de Cristo" como disse Paulo.
Então tudo mudou. Estes animais impuros agora foram purificados pelo sangue do cordeiro. Eles não são mais alimento impuro, pois temos Cristo em nós, pois recebemos o Espírito Santo de Deus. E se vivemos no Espirito, se andamos na presença de Deus e não segundo as concupiscências da carne, todos os animais já entraram na arca e estão sob domínio do Senhor. Assim como Noé salvou os animais na arca, Cristo salvou nossa mente, nossa alma, na arca. E qual é nossa arca? Nossa arca é o próprio Cristo, o Santo dos Santos, não mais apenas imagem corruptível das coisas incorruptíveis, não mais santuários de madeira e tecido, não apenas uma arca de madeira, representação de uma realidade celeste, mas a própria realidade celeste, Cristo vivo, o Filho de Deus e o Espírito imortal que nos foi dado e habita em nós.
A pata fendida é um sinal de Deus, é uma marca daquele animal que nós podemos nos alimentar, sua unha precisa ser fendida em duas como o véu do templo foi fendido e nos deu acesso ao Santo dos Santos. Ele agora está marcado: aquele é do Senhor. Nós agora fomos feitos animais de unha fendida em duas, somos como carneiros que ruminamos o alimento que recebemos. E qual é o alimento é esse que precisamos ser ruminantes dele? O Pão da Vida, o corpo e o sangue de Jesus Cristo, a Palavra e o Espírito de Deus. E é isto que devemos ruminar, a palavra de Deus, meditar na Palavra do Senhor, nosso alimento perfeito. O Pão nosso de cada dia, cada dia devemos nos alimentar da Palavra do Senhor e ruminar, meditar em sua Palavra dia e noite. Assim fazendo e permanecendo no Espírito estaremos sendo santificados, transformados, de animais imundos em animais purificados. Porque Deus nos fala não só através das escrituras, mas também pessoalmente, por seu Espírito, e isso nós devemos ruminar, meditar, ouvir. E nenhum animal será mais impuro. Resta alguma dúvida sobre isso? Veja:
Mas Pedro começou a fazer-lhes uma exposição por ordem, dizendo:
Estando eu orando na cidade de Jope, tive, num arrebatamento dos sentidos, uma visão; via um vaso, como um grande lençol que descia do céu e vinha até junto de mim.
E, pondo nele os olhos, considerei, e vi animais da terra, quadrúpedes, e feras, e répteis e aves do céu.
E ouvi uma voz que me dizia: Levanta-te, Pedro; mata e come.
Mas eu disse: De maneira nenhuma, Senhor; pois, nunca em minha boca entrou coisa alguma comum ou imunda.
Mas a voz respondeu-me do céu segunda vez: Não chames tu comum ao que Deus purificou.
E sucedeu isto por três vezes; e tudo tornou a recolher-se ao céu.
Atos 11:4-10
Nós estamos chamando sujo o que Deus purificou? Seja nos irmãos, seja em nós mesmos, estamos nos menosprezando, desfazendo da obra de Deus, do dom gratuito de Deus, chamando de comum o que Deus já purificou? "Não chames tu comum ao que Deus purificou". Deus purificou os animais, e deu uma ordem a Pedro que, talvez apegado à lei, ao legalismo, obedeceu ou desobedeceu? Ele não obedeceu a Deus, por três vezes novamente (assim como negou Jesus três vezes e Depois foi por Jesus arguido três vezes e três vezes perdoado e novamente ordenado a pacificar as ovelhas).E o que aconteceu depois? "E sucedeu isto por três vezes; e tudo tornou a recolher-se ao céu."
Não deixe que se recolha ao céu o que Deus já lhe deu. Deus nos chamou, nos salvou, mas também perdoou nossos pecados, nos purificou, nos tornou santos, corpo de Cristo, igreja dos escolhidos para o aperfeiçoamento dos santos; Deus nos chamou, nos deu dons, distribuiu talentos, ministérios, vocações... Todos os animais agora estão purificados. É isto que vemos aqui veremos mais detalhadamente em seguida pelo próprio texto de Atos, mas no capitulo 10, também pela carta de Paulo aos Efésios e por outros textos. Existe um motivo, uma razão para essa visão, e para ela estar registrada na bíblia, e para Pedro ter desobedecido...
A razão disso tudo é que esse registro é uma lição para nós. Porque nós cristãos por vezes podemos estar também nos menosprezando, negando a obra que Cristo fez em nós, ou também podemos estar nos orgulhando e menosprezando outros como impuros, mesmo irmãos, às vezes, ou outros como ímpios não convertidos, como condenados, ou como se a obra de Deus dependesse de nós ou já estivesse definida para esses outros como uma condenação. Irmãos, isso é muito grave, não pode acontecer isso em nossa mente. Se nós não assumirmos os presentes gratuitos de Deus e tudo que nos é dado todos os dias, como já citado acima, corremos o sério risco de que tudo isso se recolha novamente ao céus. Mas como veremos a seguir Deus nos deu muitos presentes gratuitamente e precisamos ver que uso estamos fazendo desses presentes.
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