Pastores, Lobos e Mercenários - parte 1
Tito 1
Tt 1:1 Paulo, um escravo de Deus e um apóstolo de Jesus Cristo conforme [a] fé d[os] eleitos de Deus e [conforme] [o] pleno- conhecimento de [a] Verdade que [é] segundo [a] dedicação- no- seguir- a- Deus,
Tt 1:2 sobre [a] esperança d[a] vida eterna (a qual prometeu Aquele que não pode mentir, Deus, antes dos tempos dos séculos,
Tt 1:3 mas [a] manifestou a[o] Seu próprio tempo), [a saber], a Sua Palavra n[a] pregação, da qual *eu* fui encarregado- confiado, segundo [o] mandamento de o nosso Salvador, Deus;
A carta de Paulo a Tito contém alguns elementos especiais e, como é característica de Paulo, já a saudação trás uma importante mensagem, uma revelação e um ensinamento. São tantas coisas ditas já no primeiro versículo que vou evitar falar para não sair do foco da mensagem aqui pretendida nem me alongar muito.
Veja a partir do ponto em que ele diz "apóstolo de Jesus Cristo conforme [a] fé d[os] eleitos de Deus e [conforme] [o] pleno- conhecimento de [a] Verdade que [é] segundo [a] dedicação- no- seguir- a- Deus, sobre [a] esperança d[a] vida eterna". Paulo se mostra aqui nessa epístola: apóstolo (1) conforme a fé dos eleitos, note bem esse ponto, pois é muito importante e (2) conforme o pleno conhecimento da Verdade que é segundo a dedicação no seguir a Deus, sobre a esperança da vida eterna. São os dois critérios pelos quais Paulo se declara apóstolo no início dessa carta.
1. Um apóstolo conforme a fé dos eleitos
Observemos que ser um apóstolo conforme a fé dos eleitos não é um critério invalidado por Paulo. Isto significa que se alguém é chamado apóstolo por pessoas eleitas, mesmo o que tem se autoproclamado apóstolo sabendo não o ser, isto é creditado, confiado, segundo a fé dos eleitos, isto é uma grande responsabilidade, uma grande carga.
Quem são os eleitos? São aqueles que recebem o evangelho em algum momento de suas vidas. Eles são eleitos segundo a presciência de Deus, porque sendo Deus onisciente ele sabe que aquelas pessoas o aceitarão e receberão a Cristo e a unção do Espírito Santo de Deus. Ele sabe também em que momento adequado isto deve ocorrer.
Do mesmo modo Deus sabe daqueles que se conhecerem o evangelho se laçarão em maior condenação ainda porque o negarão e lutarão contra ele. E Deus também permite que alguns desses recebam e sejam instruídos no evangelho, porque é necessário e previsto até nas escrituras. E Deus também sabe que outros se aproveitarão e até perverterão o evangelho segundo suas conveniências e carnalidade, Jesus mesmo falou sobre isso e previu qual seria o seu fim. Tudo isso inevitavelmente acontece, Deus não mente.
Existem muitos falsos mestres, "apóstolos" equivocados, falsos pastores, "lobos em pele de cordeiro", tudo isso cumpre as escrituras. Mas Deus por isso deixará os eleitos sem orientação? E as pessoas que cultuam a Deus estando ligadas a instituições fundadas por esses tipos de pastores?
Embora caiba ao eleito discernir, e pedir a Deus que haje nele o dom de discernimento dos espíritos, embora o eleito tenha a unção do Senhor, e ele tem saber ouvir, ele tem que distinguir entre Deus e a carne, todo enganador, mesmo aquele que engana por estar enganado, tem grande responsabilidade, culpa e condenação sobre si.
Todo aquele que se utiliza da palavra de Deus, para o bem ou para o mal, para revelar ou para enganar, tem sobre si uma enorme responsabilidade e isto lhe será cobrado:
Tiago 3:1
Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.
Romanos 2:21
Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas?
O juízo de quem se atreve a ensinar é mais duro. Estas pessoas que agem errado, que ensinam errado, serão julgadas com mais dureza. Elas se acham salvas, mas elas podem estar contadas entre os condenados:
Mateus 7:22-23
Muitos dirão a mim naquele dia: ‘Senhor, Senhor! Não temos nós profetizado em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios? E, em teu nome, não realizamos muitos milagres?’ Então lhes declararei: Nunca os conheci. Afastai-vos da minha presença, vós que praticais o mal.
Isso não quer dizer que aquele que foi chamado a ensinar deve ficar tímido, receioso ou se negar, porque o tímido também será condenado. É nossa obrigação ensinar:
Romanos 12:7
Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino;
Apocalipse 21:8
Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos que se prostituem, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte.
Mas quem vai ensinar rotineiramente, que se apresenta diante das ovelhas como pastor precisa conhecer bem o que vai ensinar, porque também está sujeito a erros, enganos, e à concupiscência de sua própria carne. Ele deve ensinar de acordo com a palavra de Deus. Mas não basta aprender e decorar textos. Quem ensina deve operar sob a unção de Deus, não na carnalidade, simplesmente porque sabe ou porque estudou ou porque tem de memória toda a escritura. Nenhum desses dois lados garante um bom ensino. Os dois tem que estar presentes, estudo e unção. Mas a única garantia está naquele que ouve e que já possui a unção de Deus, pois já não carece de ser ensinado.
1 João 2:27
E a unção que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis.
Aqueles que são enganados por falsos mestres consultam ao Senhor? Temos o evangelho e temos a unção de Deus (ou alguns não?), quando nos reunimos estamos aptos a reconhecer o que provém do Senhor. Mas se isto não acontece é porque um desses dois elementos está faltando. Eu garanto que não é a parte do Senhor. Da nossa parte temos que refletir, estamos nos dedicando como deveríamos no estudo e na meditação da palavra de Deus? Estamos consultando ao Senhor ou primeiro procuramos bocas humanas para nos dar respostas?
Nossa confiança nessa palavra também pode não estar suficiente. Existem pessoas e até instituições e denominações que não acreditam nessa unção. Embora esteja escrito, eles negam categoricamente. Será que eles não estão com isso querendo criar uma dependência dessas instituições? E se eles não acreditam porque ignoram são realmente dignos de nossa confiança? Se minha confiança naquilo que está escrito for suficiente aquilo que está escrito e a unção do Senhor têm que vir em primeiro lugar. E eu não deixarei de beber água da fonte nenhum dia.
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