APOTEGMAS - DITOS DOS PADRES DO DESERTO - 2

 



Havia nas celas um velho homem chamado Apollo. Se aparecia alguém chamando-o para ajudar em alguma tarefa, ele ia alegremente, dizendo, "Vou trabalhar com Cristo hoje, pela salvação de minha alma, pois esta é a recompensa que Ele dá." 

Pai Doulas, discípulo de Pai Bessarion disse, "Um dia, quando estávamos caminhando ao longo da praia, eu estava sedento e disse ao Pai Bessarion, "Pai, estou com sede." Ele rezou e disse-me, "Beba um pouco da água do mar." A água estava doce e eu bebi. Cheguei a pegar um pouco numa garrafa de couro, pois tive medo de ficar sedento mais tarde. Vendo isto, o velho homem perguntou- me porque eu estava levando água. Eu disse a ele, "perdoe-me, é por medo de ficar com sede mais tarde." E o ancião disse: "Deus está aqui, Deus está em todo lugar."

Um irmão perguntou ao Pai Poemen desta maneira: "meus pensamentos me atormentam, fazendo com que eu deixe de lado meus pecados e me preocupe com as faltas de meus irmãos." O ancião contou-lhe a seguinte estória sobre Pai Dioscurus (o monge): "na sua cela ele chorava por si mesmo, enquanto seu discípulo se sentava eu outra cela. Quando este último veio ver o ancião perguntoulhe, "pai, por que choras?" "Estou chorando pelos meus pecados, respondeu-lhe o velho homem. Ao que o discípulo disse, "você não tem nenhum pecado, Pai." O ancião replicou, "É verdade, meu filho, se eu pudesse ver meus pecados, três ou quatro homens não seriam suficientes para chorar por eles."

 



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