A Verdadeira História dos Batistas? - As confissões de fé - Parte 3 - final

 Obs.: Quero esclarecer que essa série sobre a história dos batistas aqui postada teve o objetivo de esclarecer sobre esta visão histórica em oposição à outra anterior já apresentada neste blog (no artigo HISTÓRIA DAS IGREJAS CRISTÃS de Gilberto Stefano), não que eu espose uma ou outra destas, nem muito menos as ênfases desse autor aqui apresentado; também ressalto que a visão batista sobre a livre consciência em questões não fundamentais impede de impor as convicções calvinistas, não as coloca sequer como necessárias à fé batista como pode levar a parecer a conclusão desse autor; muitos batistas (e talvez a maior parte) não são calvinistas.



4. As confissões de fé dos batistas calvinistas

Os batistas estavam preocupados em demonstrar a todos que suas convicções doutrinárias eram, desde o início, ortodoxas e em grande parte idênticas às convicções dos puritanos ao redor deles. Para fazer isso, procuraram os melhores meios disponíveis para provar que o entendimento deles estava realmente de acordo com as convicções das outras igrejas ao seu redor. Eles fizeram isso emitindo uma confissão de fé. Esta Primeira Confissão de Londres de 1644, publicada antes da Confissão de Fé de Westminster, dependia fortemente de documentos mais antigos e conhecidos. O objetivo era provar que eles não tinham ideias novas e loucas, mas que compartilhavam as mesmas perspectivas teológicas básicas das melhores igrejas e dos renomados ministros ao seu redor.[34]

Na metade do século XVII já havia mais de cinquenta igrejas batistas espalhadas na Inglaterra. Ainda não formavam uma associação oficial, mas havia comunhão entre elas. Na capital, sete igrejas se uniram a fim de publicar a primeira confissão de fé. Denominada de Confissão das Sete Igrejas de Londres, o documento foi publicado em 1644. Ortodoxa e calvinista, a Confissão de Fé de Londres reúne o corpo doutrinal central dos batistas. São 51 artigos contendo as principais proposições teológicas defendidas pelos batistas particulares. Curioso notar que esse histórico e precioso documento foi publicado três anos antes da Confissão de Fé de Westminster (1646). “Quando Stephen Marshall, membro da Assembleia de Westminster, atacou os batistas em 1645, John Tombes respondeu a ele apontando para essa Confissão como um meio de estabelecer a ortodoxia dos batistas particulares”. [35] O doutor Daniel Featley, membro da Assembleia de Westminster, deu um interessante testemunho sobre a Confissão de Fé Batista de 1644.

Se dermos crédito a esta Confissão e ao seu Prefácio, aqueles dentre nós conhecidos com o título [isto é, de anabatistas], não são nem heréticos, nem cismáticos, mas cristãos afetuosos: sobre quem, através de falsas sugestões, a mão da autoridade veio pesada, enquanto a Hierarquia permaneceu: pois eles nem ensinam o livre-arbítrio, nem decaem da graça com os arminianos, nem negam o pecado original com os pelagianos, nem rejeitam o magistrado com os jesuítas, nem mantêm diversas esposas com os poligamistas, nem uma comunidade de bens com os “apostólicos”, nem andam nus com os adamitas, muitos menos afirmam a mortalidade da alma com os epicureus e psychophannichist, e com este propósito publicaram esta Confissão de Fé, subscrita por dezesseis pessoas, em nome de sete Igrejas de Londres.[36]

Graças a essa monumental confissão de fé, os batistas particulares passaram a ser identificados como um grupo distinto dos anabatistas e dos batistas gerais. A Primeira Confissão de Fé sofreu alguns ajustes e novas edições nos anos de 1646, 1651 e 1652. Leon McBeth, disse, acertadamente, que os Batistas “costumavam usar confissões não tanto para proclamar ‘distintivos batistas’, mas, em vez disso, para mostrar como os Batistas eram semelhantes aos outros cristãos ortodoxos”.[37]

A Primeira Confissão de Fé de Londres é um documento produzido como uma legítima expressão da teologia dos pastores batistas calvinistas e suas igrejas. À guisa de exemplo, seguem alguns artigos que indicam a teologia calvinista dos batistas ingleses.

XXII. A fé é o dom de Deus, produzida nos corações dos eleitos pelo Espírito de Deus; por meio de quem chegam a ver, conhecer e crer na verdade das Escrituras, e as excelências dela por cima de toda outra escritura e coisas do mundo, porque manifestam a glória de Deus em seus atributos, a excelência de Cristo em sua natureza e em seus ofícios, e o poder da plenitude do Espirito em suas obras e operações; e assim podem descansar suas almas sobre a verdade que têm crido.

XXIII. Os que têm a fé produzida neles, pelo Espirito, nunca podem totalmente cair; e ainda que muitas tormentas e inundações lhes fustiguem, não podem ser removidos daquele alicerce e rocha sobre o qual são estabelecidos; ou melhor, serão guardados pelo poder de Deus para a salvação; donde gozarão da possessão que para eles foi comprada, estando seus nomes gravados nas palmas das mãos do próprio Deus.

XXIV. Esta fé normalmente é engendrada pela pregação do Evangelho, a palavra de Cristo, sem considerar nenhum poder ou capacidade do ouvinte, o qual está totalmente passivo e morto em delitos e transgressões. Assim, ele crê e está convertido pelo mesmo poder que levantou a Cristo dentre os mortos.

XXIV. Esta fé normalmente é engendrada pela pregação do Evangelho, a palavra de Cristo, sem considerar nenhum poder ou capacidade do ouvinte, o qual está totalmente passivo e morto em delitos e transgressões. Assim, ele crê̂ e está convertido pelo mesmo poder que levantou a Cristo dentre os mortos. [38]


Os batistas produziram outra confissão de fé algumas décadas depois, a Segunda Confissão Batista de Londres, formulada por William Collins e Nehemiah Coxe. O documento foi redigido em 1677 e publicado por ocasião de um congresso de batistas que reuniu mais de cem igrejas entre os dias 3 a 11 de julho de 1689. A Confissão de Fé Batista de 1689, como ficou conhecida, passou a ser o principal documento doutrinal dos Batistas na Inglaterra e em outras partes do mundo. Os Batistas seguiram de perto a Confissão de Fé de Westminster (1646) e a Confissão de Savoy (1658), permanecendo em constante diálogo com as demais tradições reformadas e sendo por elas influenciados. Os Batistas queriam consolidar sua posição no espectro reformado inglês, de modo que as Confissões de Fé de 1644 e 1689 não nasceram em um vácuo nem foram fruto de percepções teológicas pessoais, mas foram o resultado de uma tradição confessional reformada que os Batistas adotaram e sobre a qual se firmaram teologicamente.  Em linhas gerais, os batistas calvinistas do século XVII e todos as gerações subsequentes que levaram adiante a herança que deles receberam, estavam em pleno acordo com as demais comunidades reformadas inglesas, excetuando os artigos sobre sacramentos e o governo da igreja. De fato, a marca distintiva e singular dos batistas é a sua eclesiologia.  O batismo é uma ordenança do Novo Testamento, instituída por Jesus Cristo, para ser, para a pessoa batizada, um sinal de sua comunhão com Cristo, na sua morte e ressurreição; de sua união com Ele; 1 da remissão dos pecados; 2 da consagração da pessoa a Deus, através de Jesus Cristo, para viver e andar em novidade de Vida.Somente pode ser submetidas a esta ordenança as pessoas que de fato professam arrependimento para com Deus, fé e obediência ao Senhor Jesus. O elemento externo a ser empregado nesta ordenança será a água, na qual a pessoa será batizada em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito SantoPara a devida administração desta ordenança é necessária a imersão, ou seja, a submersão da pessoa na água.[39]  Uma comparação entre a Confissão de Fé Batista de 1689 e a Confissão de Fé de Westminster, evidenciará que os batistas comungavam e professavam a mesma fé, pois eram herdeiros da mesma tradição reformada. À exemplo, pode-se observar que no capítulo sobre os Decretos de Deus, doutrina central no sistema doutrinal reformado, as duas confissões de fé estão em total e plena harmonia.



Decreto de Deus. Capítulo 3, artigos 1-6 (Confissão Batista de 1689)

1.Pelo decreto, e para manifestação da glória de Deus, alguns homens e alguns anjos são predestinados (ou preordenados) para a vida eterna através de Jesus Cristo, para louvor da sua graça gloriosa.  Os demais são deixados em seu pecado, agindo para sua própria e justa condenação; e isto para louvor da justiça gloriosa de Deus.

2. Embora Deus saiba tudo quanto pode ou poderá acontecer, 5 em todas as condições possíveis, Ele nada decretou por causa do seu conhecimento prévio do futuro ou daquilo que viria a acontecer em determinada situação.

3. Pelo decreto, e para manifestação da glória de Deus, alguns homens e alguns anjos são predestinados (ou preordenados) para a vida eterna através de Jesus Cristo, para louvor da sua graça gloriosa. Os demais são deixados em seu pecado, agindo para sua própria e justa condenação; e isto para louvor da justiça gloriosa de Deus.

4. Os anjos e homens predestinados (ou preordenados) estão designados de forma particular e imutável, e o seu número é tão certo e definido que não pode ser aumentado ou diminuído.

5. Dentre a humanidade, aqueles que são predestinados para a vida, Deus os escolheu em Cristo para glória eterna; e isto de acordo com o seu propósito eterno e imutável, pelo conselho secreto e pelo beneplácito da sua vontade, antes da fundação do mundo, apenas por sua livre graça e amor, nada havendo em suas criaturas que servisse como causa ou condição para essa escolha.

6. Deus não apenas designou os eleitos para glória, de acordo com o propósito eterno e espontâneo da sua vontade, mas também preordenou todos os meios pelos quais o seu propósito será efetivado. Por isso os eleitos, achando-se caídos em Adão, são redimidos em Cristo e chamados eficazmente para a fé nEle, pela ação do Espírito Santo, e no seu devido tempo; e são justificados, adotados, santificados e guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para salvação. Ninguém mais é redimido por Cristo, chamado eficazmente, justificado, adotado, santificado e salvo, senão unicamente os eleitos.[40]

Decreto de Deus. Capítulo 3, artigos 1-6 (Confissão de Fé de Westminster)

1. Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua própria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porém de modo que nem Deus é o autor do pecado, nem violentada é a vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou contingência das causas secundárias, antes estabelecidas.

2. Ainda que Deus sabe tudo quanto pode ou há de acontecer em todas as circunstâncias imagináveis, ele não decreta coisa alguma por havê-la previsto como futura, ou como coisa que havia de acontecer em tais e tais condições.

3. Pelo decreto de Deus e para manifestação da sua glória, alguns homens e alguns anjos são predestinados para a vida eterna e outros preordenados para a morte eterna.

4. Esses homens e esses anjos, assim predestinados e preordenados, são particular e imutavelmente designados; o seu número é tão certo e definido, que não pode ser nem aumentado nem diminuído.

5. Segundo o seu eterno e imutável propósito e segundo o santo conselho e beneplácito da sua vontade, Deus antes que fosse o mundo criado, escolheu em Cristo para a glória eterna os homens que são predestinados para a vida; para o louvor da sua gloriosa graça, ele os escolheu de sua mera e livre graça e amor, e não por previsão de fé, ou de boas obras e perseverança nelas, ou de qualquer outra coisa na criatura que a isso o movesse, como condição ou causa.

6. Assim como Deus destinou os eleitos para a glória, assim também, pelo eterno e mui livre propósito da sua vontade, preordenou todos os meios conducentes a esse fim; os que, portanto, são eleitos, achando-se caídos em Adão, são remidos por Cristo, são eficazmente chamados para a fé em Cristo pelo seu Espírito, que opera no tempo devido, são justificados, adotados, santificados e guardados pelo seu poder por meio da fé salvadora. Além dos eleitos não há nenhum outro que seja remido por Cristo, eficazmente chamado, justificado, adotado, santificado e salvo.[41]



Considerações

Os batistas nasceram na Inglaterra, cresceram nos Estados Unidos da América e se espalharam pelo mundo. Algumas dezenas de pessoas se tornaram uma grande multidão. A despeito da denominação batista não ser uniforme em sua doutrina, sua origem tem estreita relação com a tradição reformada. No decurso de quatro séculos de história, os batistas têm a honra de ter no seu histórico uma plêiade de notáveis homens que serviram a igreja de Jesus Cristo, com excelência e exemplar integridade. Alguns nomes se destacaram, dentre os quais mencionamos os teólogos Benjamim Keach (1640-1704), John Gill (1697-1771), Andrew Fuller (1754-1815) John Dagg (1754-1884) e James P. Boyce (1827-1888), ingleses e americanos que produziram monumentais obras de teologia, comentários bíblicos e tratados eclesiológicos que continuam sendo publicados e lidos no mundo. Na contramão dos que pensam que o calvinismo arrefece a obra missionária, os batistas são conhecidos por seu zelo evangelístico. O evangelho foi levado aos quatro cantos do mundo, em grande parte, pela dedicação dos batistas. A primeira sociedade missionária batista foi fundada em 1792 por William Carey (missionário na Índia) e seus amigos, todos eles batistas calvinistas. Considerado o pai das missões modernas, o simples sapateiro inglês tornou-se uma referência global do trabalho de missões. Adoniram Judson na Birmânia, Lottie Moon na China, William Bagby no Brasil são alguns dos milhares de batistas calvinistas que deram a vida em favor da pregação do evangelho. Charles Haddon Spurgeon (1834-1892), o príncipe dos pregadores, é a maior referência de um legítimo pastor batista calvinista. No século XIX, Spurgeon se destacou com uma das maiores personalidades do seu tempo. Fiel pregador do evangelho e arauto das doutrinas da graça, o pregador do Tabernáculo Metropolitano de Londres resumiu bem a doutrina que pregava e que tantas vidas abençoou.

As antigas verdades que Calvino pregou, e que Agostinho pregou, são as mesmas verdades que eu prego hoje em dia, pois, doutra maneira, eu estaria sendo falso com a minha consciência e o meu Deus. Não posso alterar a forma de uma verdade; para mim não existe expediente de aparar as arestas difíceis de uma doutrina. O evangelho de John Knox é o meu evangelho. E esse evangelho que trovejou em toda Escócia, deve trovejar também por toda Inglaterra.[42]


Referências bibliográficas

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_______________________________________
[1] Jeremias 6.16 (Almeida Revista e Corrigida)

[2] “Defino o Puritanismo como movimento dos séculos XVI e XVII, na Inglaterra, que procurar reformar e renovar profundamente a igreja da Inglaterra, além do que era permitido pelo Acordo Elizabetano”. PACKER, J.I. Entre os Gigantes de Deus. Uma visão puritana da vida cristã. Editora Fiel: São José do Campos-SP, p. 33

[3] Eduardo VI assumiu o trono da Inglaterra e Irlanda em 1547. Educado sob os cuidados do Arcebispo  Thomas Cramner, o rei Eduardo VI favoreceu a causa Protestante, sendo chamado de “o Josias da Inglaterra”. Infelizmente seu reinado foi curto. Ele faleceu aos dezesseis anos de idade.

[4] Maria I, filha de Catarina de Aragão e Henrique VIII, reverteu o trabalho de reforma que seu irmão havia implementado e buscou restaurar o catolicismo na Inglaterra. Perseguiu, prendeu e matou protestantes. Entrou para a história com o epíteto de Maria, a sanguinária. Reinou por apenas 5 anos. Adoeceu e veio a falecer aos 42 anos de idade. Elizabete, assumiu o trono e reinou por 45 anos.

[5] HAYKIN, Michael. Kiffin, Knollys and Keach: rediscovery our English Baptist heritage. Leeds: Reformation Today Trust, 1996, p.18

[6] JONES, Martyn Lloyd. Os Puritanos e seus sucessores, p. 267

[7] BRACKNEY, William H. Baptist life and thought, p. 15

[8] NETTLES, Thomas J. By His grace for His glory: a historical, theological, and practical study of the doctrines of grace in Baptist life. Cape Coral, FL: Founders Press, 2006, p.x

[9] SIQUEIRA, S. Silas Batista Lobato. Os batistas gerais, particulares e os anabatistas. Disponível em: https://blogdoutrinabatista.weebly.com/blog/os-batistas-gerais-particulares-e-a-origem-anabatista. Acesso em: 01jul.2020

[10] Landmarkismo é um termo que começou a ser usado nos EUA em meados do século XIX. Cunhado por James M. Pendleton em seu texto An Old Landmark Re-Set e publicado no jornal The Tennessee Baptist. O Landmarkismo se tornou um forte movimento no Sul dos EUA e exerceu grande influência na igreja batista norte americana. Entre outras coisas, os landmarkistas defendiam a teoria de sucessão apostólica desde João Batista e negavam os vínculos com a Reforma Protestante.

[11] Convencionou-se falar Reforma Protestante, quando o correto seria dizer “reformas”. O protestantismo foi plural em suas origens, anseios, doutrinas, práticas e consequências. Via de regra, a reforma magistral, isto é, aquela que recebeu o apoio dos magistrados civis, é a mais conhecida. Martinho Lutero na Alemanha, Calvino e Zuínglio na Suíça, John Knox na Escócia, receberam apoio das autoridades na reforma das igrejas nestes respectivos países e são os principais nomes do protestantismo do século XVI. No entanto, existiram outros reformadores naquele período. Embora menos conhecidos, exerceram grande influencia sobre muitos grupos na Europa nos séculos XVI e XVII. Seus ensinos e práticas, em muitos aspectos, eram distintos dos reformadores magistrais. Félix Mantz, Conrad Grebel e Miguel Satler (Suíça); Baltazar Hubmeir, André Bodenstein e Thomas Muster (Alemanha); Menno Simons (Holanda) foram os principais nomes entres os reformadores radicais, grupo bem heterógeno, tanto nas doutrinas quanto nas práticas.

[12] RENIHAN, James M. Confessing The Faith in 1644 and 1689. Disponível em: http// reformedreader.org. Acesso em: 02 jul.2020

[13] A Confissão de Fé de Londres de 1644.Disponível em: http://www.monergismo.com/textos/credos/confissao-londrina-1644.pdf. Acesso em: 02 jul.2020

[14] SIQUEIRA, S. Silas Batista Lobato. Os batistas gerais, particulares e os anabatistas. Disponível em: https://blogdoutrinabatista.weebly.com/blog/os-batistas-gerais-particulares-e-a-origem-anabatista. Acesso em: 01jul.2020

[15] BRACKNEY, William H. Baptist life and thought, p. 15

[16] O arminianismo está associado ao nome do teólogo holandês Jacobus Arminius (1560—1609), pastor da Igreja Reformada Holandesa que contestou alguns pontos da doutrina da salvação de acordo com o calvinismo.  Seus discípulos foram refutados no Sínodo de Dort (1618-1619), convocado para lidar com a controvérsia doutrinária no contexto da Igreja Reformada Holandesa. O arminianismo continua sendo uma corrente teológica muito influente nas igrejas no mundo.

[17] O calvinismo é um sistema doutrinal, vinculado ao teólogo francês João Calvino (1509-1564), que defende a soberania de Deus na salvação. Os herdeiros da fé reformada, inclusive os batistas particulares, creem que a salvação é fruto da graça, mediante a fé. Do início ao fim, salvação é um dom de Deus aos eleitos, amados desde a eternidade. “Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Ef. 5.25).

[18] HAYKIN, Kiffin, Knollys and Keach, p.22

[19] O pedobatismo é a prática de aplicar o batismo às crianças. Em contraste com o batismo de adultos (credobatismo), prática restrita aos que podem fazer voluntária e pública profissão de fé em Jesus Cristo.

[20] PORTE, Wilson.  Um pregador da graça – A fé reformada na vida de Benjamin Keach, p. 23

[21] Anabatistas holandeses vinculados aos menonitas, herdeiros do ex-padre e reformador Menno Simons.

[22] “John Smith ensinou que o verdadeiro culto vinha do coração e, portanto, qualquer forma de leitura no culto era mera invenção do homem pecador. Por exemplo: orar, cantar e pregar deveriam ser atos completamente espontâneos. Smith foi tão longe que passou a não permitir a leitura da Bíblia durante o culto, uma vez que considerava as traduções em inglês das Escrituras algo muito aquém da palavra direta de Deus” (Leandro B. Peixoto). Sobre John Smith é importante ressaltar que há vários fatos dos quais os historiadores discordam. Alguns dizem que ele foi batizado por um anabatista na Inglaterra, outros na Holanda, outros dizem que foi batizado por Thomas Hewlys, enquanto outros afirmam que ele se autobatizou, ou seja, há uma confusão sobre os fatos acerca da vida de John Smith que não pode ser simplesmente ignorada.

[23] Short Confession of Faith in XX Articles by John Smyth. Disponível: http://www.reformedreader.org/ccc/scof.htm. Acesso em: 03 jul. 2020.

[24] Ibid.

[25] Ibid.

[26] Helwys Confession 1611. Disponível: http://www.reformedreader.org/ccc/helwysconfession.htm. Acesso em: 01 jul. 2020

[27] MCBETH, H. Leon. The Baptist Heritage. B&H Publishing: Nashville, 1987, p. 68

[28] JONES, Lloyd Jones. Os puritanos e seus sucessores, pp. 162-163

[29] Ibid., p.398

[30] NETTLES, Thomas J. By His grace for His glory: a historical, theological, and practical study of the doctrines of grace in Baptist life. Cape Coral, FL: Founders Press, 2006, p. 4

[31] HAYKIN, Michael. Kiffin, Knollys and Keach: rediscovery our English Baptist heritage. Leeds: Reformation Today Trust, 1996, p. 29

[32] Thomas Nettles, op. cit., p. 5

[33] Ibid., p. xxv

[34] RENIHAN, James M. Confessing The Faith in 1644 and 1689. Disponível em: http://www.reformedreader.org/ctf.htm. Acesso em: 02 jul.2020.

[35] Ibid.

[36] RENIHAN, James M. Confessing The Faith in 1644 and 1689. Disponível em: http://www.reformedreader.org/ctf.htm. Acesso em: 02 jul.2020.

[37] MCBETH, H. Leon. The Baptist Heritage, p. 92

[38] Confissão de Fé Batista de 1689. Monergismo. Disponível em: http://www.monergismo.com/textos/credos/confissao-londrina-1644.pdf. Acessado em 02.07.20

[39] BATISMO (Capítulo 29, artigos 1-4). Confissão de Fé Batista de 1689. Monergismo. Disponível em: http://www.monergismo.com/textos/credos/1689.htm Acessado em: 02 jul. 2020.

[40] Confissão de Fé Batista de 1689. Monergismo. Disponível em: http://www.monergismo.com/textos/credos/1689.htm Acessado em: 02 jul. 2020.

[41] Confissão de Fé de Westminster. Monergismo. Disponível em: http://www.monergismo.com/textos/credos/cfw.htm. Acessado em: 02 jul. 2020.

[42] Charles H. Spurgeon, apud Robert B. Selph, in: Os batistas e a doutrina da eleição. Fiel: São José dos Campos, 2005. 58-59

SOBRE O AUTOR

É ministro da Convenção Batista Brasileira, filiado à Ordem dos Pastores Batistas do Brasil. Graduado pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil-RJ, atualmente faz Mestrado em Divindade, com ênfase em teologia histórica pelo Centro de Estudos Andrew Jumper, da Universidade Presbiteriana Mackenzie-SP. Leciona no Seminário Martin Bucer, em São José dos Campos-SP. Há nove anos atua como pastor titular da Igreja Batista Betel de Mesquita, no Rio de Janeiro. Autor de dois livros: Os Sete Pecados de Caim: os descaminhos do filho de Adão e Ecos da Graça: Mensagens que iluminam a mente e aquecem o coração. Ambos pela editora Pro Nobis. Casado com Claudia de O Ribeiro Santos e pai de Leonardo.





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